06 julho 2008

Transpirenaica

Em Setembro do ano passado, mal acabei a Via da Prata, decidi que a próxima aventura iria ser a Transpirenaica.
Comecei a reunir informação na internet e acabei por comprar o melhor guia que existe para se poder levar a cabo esta travessia: "La travesia de los Pirineos en BTT" de Jordi Laparra, editora Prames.
A Transpirenaica consiste em atravessar toda a cordilheira pirenaica, ligando o Mediterrâneo ao Atlântico, ou vice-versa. Se seguirmos as indicações do livro, teremos pela frente dezasseis etapas, com 980 km e um desnível acumulado de quase 23.000 metros. Brutal!
De salientar que, contráriamente aos caminhos de Santiago, esta travessia não tem marcações, pelo que há que recorrer aos mapas que vêm juntamente com o livro e levar GPS, sendo este altamente recomendável (falo por experiência própria).
A primeira questão que se me punha era: sem ninguém interessado em me acompanhar, devia ir sózinho? As dificuldades desta travessia não se comparam com as dos caminhos que já havia feito, por isso receava ir só.
Felizmente, recebi uma proposta irrecusável. Os meus amigos catalães, que tinha conhecido no caminho francês do ano anterior, também se propunham fazer a Transpirenaica e perguntavam-me se os acompanhava. Melhor não podia ser.
O plano era fazer a travessia em duas fases: começar na Catalunha, em Llança e fazer oito etapas até El Pont de Suert; a outra metade ficaria para o próximo ano.
Comecei a organizar a minha deslocação para Barcelona, tendo acabado por decidir levar o meu carro. Assim pude transportar a bike comigo, embora me tenha ficado mais caro do que se fosse de comboio.
Como a travessia começava no dia 16 de Maio, teria que estar em Barcelona na véspera, ao final da tarde. Assim aconteceu, fiz os cerca de 1.100 km entre Braga e Barcelona no meu velhinho Fiat Bravo, que nunca me deixa ficar mal.
Para irmos de Barcelona até Llança, veio um amigo buscar-nos com uma furgoneta, que nos levou a todos mais as bikes. Além dos três companheiros do ano passado, desta vez ia mais um ciclista, Xavi, ou seja, éramos cinco maluquinhos.

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