21 setembro 2007

Caminho Sanabrés da Via da Prata

Os caminhos de Santiago são um vírus que, depois de se introduzir no corpo, nunca mais o abandona. Pelo menos comigo é assim.
Quando acabei o meu caminho francês, já tinha em mente o desafio seguinte. Assim, comecei a preparar o caminho que vou de seguida relatar.
A Via da Prata é um caminho antigo que começa em Sevilha e vai até Astorga, onde se une ao Caminho Francês rumo a Santiago. No entanto, um pouco a norte de Zamora, existem algumas variantes, que permitem chegar a Santiago sem coincidir com o Caminho Francês.
Uma das variantes é conhecida como Caminho Sanabrés, pois atravessa as terras de Sanabria, na província de Zamora, entrando na Galiza pela província de Ourense. A separação faz-se em Granja de Moreruela, uma pequena localidade castelhana a norte de Zamora.
Foi este o caminho que eu decidi fazer. Para tal, além de muita informação recolhida na Internet, comprei um guia - Ruta del Camino Fonseca - que se viria a revelar de extrema utilidade, pois evitou que me perdesse durante os quase 500 quilómetros que percorri.
Este caminho, sendo pouco transitado, não está tão bem sinalizado como outros caminhos de Santiago, nomeadamente na parte de Castilla y León. Há cruzamentos sem qualquer sinalização ou com marcas semi-apagadas ou pouco visíveis.
Além disso, é um caminho extremamente solitário. Não só por ser pouco transitado, mas também porque as distâncias entre localidades são por vezes de muitos quilómetros. Como eu empreendi esta aventura sózinho, o sentimento de solidão acentuava-se nas zonas mais despovoadas, embora tivesse sido uma experiência fabulosa que eu não hesitaria em repetir.
É claro que corri alguns riscos, já que passei horas sem ver gente ou casas, mas a sensação de isolamento, de estar entregue a mim e à minha bicicleta, compensou os riscos e a dureza do caminho.
O caminho é bastante duro. Como tem pouco trânsito, apresenta zonas muito fechadas pela vegetação e o piso nem sempre é propício a pedalar. Houve várias subidas em que tive que optar pela estrada e em algumas descidas tive que carregar a bicicleta, por causa dos buracos e das pedras.
Como só dispunha de uma semana livre, optei por começar o caminho em Salamanca, tencionando cumpri-lo em seis dias. Acabaria por fazê-lo em cinco, alongando a última etapa, pelos motivos que adiante explicarei.

2 comentários:

Proximaventura2 disse...

adorei o relato da tua historia, somos um grupo do algarve e tb keremos fazer mas de Sevilha a Santiago Compostela. Estamos a recolher informações na net.Se tiveres informações utéis envia para denivargues@gmail.com. Obrigado

Proximaventura2 disse...

adorei o relato da tua historia, somos um grupo do algarve e tb keremos fazer mas de Sevilha a Santiago Compostela. Estamos a recolher informações na net.Se tiveres informações utéis envia para denivargues@gmail.com. Obrigado