Padornelo
Ponte sobre o rio Pedro, antes de Lubián.
Santuário de la Tuiza
Quando saí de Mombuey estava bastante frio, pelo que acabei por ter que vestir o impermeável. Como o caminho continuava com vegetação muito densa, pedras e buracos, voltei à estrada, a N-525, práticamente sem trânsito por causa da auto-estrada.
Na bonita localidade de Puebla de Sanabria, parei para comer qualquer coisa e preparar a primeira subida do dia. Aqui abandona-se o rio Tera e passa-se a acompanhar o curso do rio Castro durante alguns quilómetros. O caminho segue junto ao rio, entre arbustos por vezes muito fechados e a impedir um avanço rápido.
Em Requejo fiz como aconselhava o guia e iniciei a subida ao Padornelo por estrada, pois o caminho não estava nas melhores condições para bicicletas. São dez quilómetros, que acabaram por ser mais fáceis do que eu esperava.
Em Aciberos retomei o caminho. Estava a menos de cinco quilómetros de Lubián, quase sempre a descer, mas pareceram o dobro. O caminho era duríssimo, quase todo com piso muito irregular, com pedra e raízes, o que me obrigou a desmontar inúmeras vezes. Ir sózinho não permite correr tantos riscos nas descidas. Para compensar, a zona é muito bonita; o caminho segue entre bosques de carvalhos, com muita sombra para atenuar o calor.
Finalmente cheguei a Lubián, terra de lobos, embora não tenha visto nenhum. Almocei no bar do pueblo; a manhã tinha sido puxadinha, cerca de sessenta quilómetros, pelo que comi demais, com umas "cañas" geladinhas a acompanhar.
Como estava bastante calor, resolvi parar no Santuário de la Tuiza para descansar e esperar que a temperatura baixasse um pouco, pois tinha uma subida de respeito pela frente. Estive lá cerca de duas horas, à sombra de um carvalho, até que, por volta das 17.00, resolvi fazer-me ao caminho.
Em Lubián tinham-me aconselhado a subir a Canda por estrada, porque o caminho estava muito fechado e quase intransitável, o que corroborava o que o guia dizia.
A conjugação de calor e asfalto nunca deu bom resultado, o que, a acrescentar a uma bicicleta carregada e com pneus de monte, tornou a subida muito pouco divertida.
Mas lá subi e pouco antes do túnel que faz a transição de Castilla y León para a Galiza passei por um ciclista que também fazia o caminho só, numa bicicleta híbrida.
A descida por estrada é rapidíssima e o calor passou num instante. Antes de chegar a A Gudiña, havia ainda que transpor o alto de O Cañizo, a 1085 metros de altitude.
Cheguei por volta das 19.00 e no albergue já se encontravam os dois ciclistas de Bilbao, que tinham feito a maior parte da etapa por estrada. O albergue de A Gudiña é excelente e esta foi a noite em que encontrei mais peregrinos: os dois de Bilbao, o ciclista solitário de A Coruña, um casal de ciclistas alemães, mais duas alemãs e um espanhol.
Depois de um duche em condições, fomos-nos abastecer ao supermercado e comemos no albergue. Mais uma vez, a conversa durou até acabar a cerveja, mas também já passava das 22.00 e eram horas de apagar as luzes.
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