Mais uma manhã de chuva. A etapa começava por estrada, ligeiramente a descer, até Fiscal, onde parámos para nos abastecermos para a jornada, pois o guia não mencionava nenhum sítio para comer durante o trajecto.
Começámos então a subir, primeiro por estrada e depois por uma pista. Aqui deparou-se-nos aquilo que nos iria acompanhar durante todo o dia: lama e mais lama.
Atravessámos algumas povoações abandonadas, numa delas - Bergua - estava instalada uma comunidade hippie. O caminho tinha partes impossíveis de fazer em cima da bicicleta, ou por causa dos riachos que era necessário atravessar, ou então porque a lama nos obrigava a parar frequentemente.
Na povoação abandonada de Sasa encontrámos um grupo de alemães que andavam a pedalar pelos Pirinéus e estavam perdidos, pois não levavam GPS. Já tinham passado por nós quando saíamos logo de manhã e levavam carro de apoio.
No Coll de las Tres Cruces parámos para comer; não chovia mas estava um tempo cinzento e fresco. Continuámos a subir até ao Coll de Santa Orosia, a 1771 metros de altitude, onde pudemos disfrutar de umas vistas fantásticas. A descida começava por um trilho muito técnico, com pedras, buracos e muita trampa, pois vaquinhas não faltavam lá por cima.
Mas o pior estava para vir; eu nunca tinha visto tanta lama como a que apanhámos durante esta descida. Tive que fazer vários quilómetros, a descer, com a bicicleta à mão e passei o tempo a limpar as pastilhas de travão traseiras, onde se acumulava mais lama. Foi um martírio.
Para complicar as coisas o José Luis partiu o suporte do porta-alforjas. Felizmente conseguiu-se improvisar uma solução para concluir a etapa, mas a chuva e a trovoada reapareceram em grande e acompanharam-nos até final. A descida foi muito demorada, parecia que nunca mais acabava.
Quando chegámos ao Hostal Casba, em Senegüé, as bikes e restante equipamento estavam irreconhecíveis, mas pudémos lavá-las e lubrificá-las.
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