Esta era a última etapa da Transpirenaica e, apesar de ser aparentemente fácil, acabou por custar muito mais do que parecia. O ponto mais alto da etapa não ultrapassava os 450 metros de altitude, o que parecia simples para quem já tinha passado acima dos dois mil metros, mas as subidas eram duríssimas e o caminho nem sempre ciclável.
De facto esta etapa parece talhada para os que gostam de free-ride ou down-hill, pois fazer certas descidas com bikes como as nossas e ainda por cima carregadas não é assim tão simples.
Havia zonas intransitáveis e em que só o GPS evitou que nos perdêssemos. Houve uma descida em que carregámos as bikes o tempo todo e mesmo a pé era complicada de se fazer.
Depois de uma manhã a saltitar entre Espanha e França lá chegámos a Hondarribia, onde a Transpirenaica tem o seu ponto final. Só que nós ainda tínhamos caminho até Donostia/San Sebastián, que era onde as nossas mulheres nos esperavam e onde seria a festa de despedida. Assim, comemos um "bocadillo" rápido e seguimos pelo Caminho Norte de Santiago, que começa precisamente em Irún, na fonteira com a França. Depois de mais uma subida e consequente descida, e já com a meta a poucos quilómetros, atravessámos o rio num barco que faz essa travessia e desembarcámos em San Sebastián. Percorremos a última parte da etapa já dentro da cidade até chegar à praia, onde os quase mil quilómetros desta fabulosa travessia tiveram o seu final.