Este é o relato do meu Caminho Francês de Santiago, em bicicleta de montanha, realizado nos primeiros dias de Junho de 2007.
Pretendo deixar aqui, de uma forma resumida, a experiência que foi, para mim, percorrer os quase 800 km entre Roncesvalles e Santiago de Compostela, mas também ajudar quem queira fazer este caminho magnífico.
A ideia de fazer o Caminho Francês começou a tomar forma há cerca de quatro anos, após ter feito, com um grupo de amigos, o Caminho Português, de Braga a Santiago. Foi em Março de 2003 e nesse mesmo ano, em Setembro, viria a fazer o Caminho Primitivo, a partir de Oviedo.
Contudo, os meus companheiros habituais de BTT sempre foram adiando a possibilidade de fazer o Caminho Francês pelos mais variados motivos.
Em Setembro de 2006 repeti o Caminho Português, desta vez em autonomia e decidi que, no ano seguinte, iria fazer o Caminho Francês, nem que fosse sózinho.
Comecei a preparar a minha viagem com bastante antecedência. Passei longas horas a pesquisar na internet, tentando recolher o máximo de informação possível. Li relatos de outros peregrinos em bicicleta, recolhi dados sobre o traçado, mapas, perfis de altimetria, estado dos caminhos, pontos a evitar pelos ciclistas, material necessário, albergues, etc.
Decidi começar em Roncesvalles, nos Pirinéus, que é a primeira localidade espanhola do Caminho Francês.
Para não correr o risco de não ter lugar no albergue de Roncesvalles no dia da minha chegada, reservei um quarto na "Posada de Roncesvalles".
Comprei o bilhete de comboio para o trajecto Vigo-Pamplona e informei-me sobre as ligações de Pamplona para Roncesvalles.
Em Vigo disseram-me que não poderia transportar a bicicleta comigo no comboio, pelo que tive que a despachar pela SEUR três dias antes da minha partida.
Preparei tudo ao pormenor, tendo a preocupação de levar o mínimo de peso, porque é muito complicado ter que carregar com quase dez quilos, além do peso da bicicleta, durante vários dias.
Comprei um suporte para bagagens e respectiva maleta, para prender no espigão do selim, onde levaria a maior parte da carga. O resto, transportei às costas com uma pequena mochila, totalizando perto de oito quilos. Posso dizer que levei o mínimo possível, ou seja, o absolutamente necessário para passar dez dias longe de casa, entregue a mim próprio.
Planeei fazer o caminho em dez dias, com a possibilidade de encurtar para nove, caso as coisas fossem correndo bem. A maior parte dos relatos que li eram entre nove e quinze dias, mas sentia-me capaz de o fazer em dez, o que dava uma média de 80 km por dia.
Posso afirmar que à medida que se aproximava a data da partida, aumentava o stress. Os últimos dias foram terríveis, com a preocupação de não me esquecer de nada e na perspectiva da aventura que tinha pela frente.
Mantive um plano de treinos normal, com uma ou duas saídas por semana, optando por fazer subidas duras e alongando os percursos. Tinha consciência de estar bem físicamente e sabia que não seria por aí que iria fracassar.
Fiz uma revisão normal à bicicleta, troquei de pneus e finalmente tinha tudo preparado.
15 junho 2007
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1 comentário:
Aqui está um bom plano de "acção". Nada como um bom planeamento. Fantástica esta tua aventura...bem vamos continuar a ler...
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