

O dia começou fresco mas sem chuva. Esta etapa, que teóricamente não apresentava grandes dificuldades, acabou por ser extremamente cansativa e o final foi mesmo penoso.
Sem subidas muito exigentes, foi contudo um constante sobe e desce, que se torna num verdadeiro rompe-pernas.
Passámos na fonte do vinho, junto ao mosteiro de Irache. A paisagem é muito bonita, quase sempre através de vinhas e campos de trigo, que nesta época estão todos verdes. Esta é a famosa zona de vinhos de La Rioja.
O almoço foi em Viana, mais uma vez um bocadillo e cervejas. Nessa altura, já tínhamos percorrido mais de 60 km e não imaginavamos o que nos esperava de tarde.
Antes de chegar a Logroño, encontrámos uma senhora, que tem uma banca montada junto ao caminho, com água e o seu carimbo para os peregrinos. Segundo nos contou, já a sua mãe havia feito o mesmo durante vinte anos. Já é uma figura típica do caminho.
Atravessar Logroño foi complicado, como de resto em todas as cidades grandes. As flechas amarelas quase que desaparecem e resta-nos a solução de pedir a colaboração dos habitantes, nem sempre bem informados sobre o caminho.
A parte final da etapa reservava-nos uma subida puxadinha. Além de nos termos perdido numa zona em que o caminho se cruza com as obras de uma auto-estrada, fizemos um pequeno troço por estrada, a subir, que custou bastante.
Chegámos a Nájera ao final da tarde. O albergue estava cheio. Havia a possibilidade de dormir no pavilhão desportivo, mas no chão: nem pensar, depois de um dia destes. Como era sábado, informaram-nos que seria difícil arranjar alojamento na localidade. Os meus três companheiros tinham combinado com um amigo encontrar-se e jantar em Nájera nessa noite, pelo que tentaram, e conseguiram, um quarto num hostal.
Eu segui viagem, sózinho, para a localidade seguinte. Ficava apenas a 6 km, mas avisaram-me que era quase sempre a subir. Com mais de 100 km nas pernas e sem ter a certeza de conseguir alojamento, lá me fiz ao caminho. Pedalei como não imaginava que ainda o conseguisse naquela altura e cheguei a Azofra exausto.
O albergue estava cheio, mas a senhora que lá estava disse-me que podia dormir na escola do pueblo, para onde já tinha encaminhado outros ciclistas. Além disso, podia tomar banho no albergue. Paguei 5 euros, tomei banho, o albergue era excelente, e de seguida fui para a escola. Numa sala de aulas no primeiro andar tinham colocado algumas camas, com um colchão. Havia uma casa de banho e as bikes podiam ficar dentro da sala.
Fui jantar sózinho, estava esfomeado e só pensava em comer e beber umas cervejas. Foi o que fiz, de tal maneira que no final me arrependi de ter comido tanto para dormir de seguida.
Custou-me a adormecer, mas acabei por dormir melhor do que pensava.
1 comentário:
...é o que digo, bodegas, fonte de vinhos, zona de vinhos...vamos ver onde é que isto vai dar...
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