Inicialmente prevista para o mês de Junho, tivemos de adiar este novo desafio devido a um problema com o nosso amigo Josep Lluis. Para mim também calhou bem, pois eu tinha partido o pé esquerdo em Fevereiro, a jogar futebol, e estive algum tempo parado, sem poder treinar.
Eu já tinha feito metade da Via da Prata em 2007, mais precisamente entre Salamanca e Santiago, e tinha agora a oportunidade de fazer a travessia completa. São mil quilómetros desde Sevilha até Santiago, atravessando a Espanha de sul para norte.
Mais uma vez o meu irmão João Pedro teve que madrugar para me levar ao aeroporto de Vigo, onde apanhei o avião para Barcelona, para me juntar aos meus companheiros de aventuras.
Daí seguimos também de avião para Sevilha, onde chegámos a meio da tarde. O primeiro choque foi sair do aeroporto e levar com 38 graus de temperatura. Fomos de taxi para o hotel onde nos esperavam as nossas bicicletas, anteriormente despachadas por transportadora. Todas menos uma... a minha.
Telefonei para Braga, para saber o que se passava, mas só ao final da tarde vim a saber que a bicicleta estava em Sevilha no armazém da transportadora. Contavam entregá-la na manhã seguinte, mas a que horas?
Desesperado com a situação, nessa noite mal dormi. No dia seguinte, levantei.me cedo e apanhei um taxi, tendo apenas como referência o nome da transportadora e uma morada vaga numa zona industrial. O taxista foi fantástico. Também era ciclista. Já na zona industrial telefonou para a transportadora e lá demos com o armazém. Recuperei a bicicleta, meti-a no taxi (era uma carrinha) e voltámos ao hotel, onde os meus amigos me esperavam. Montei a bike, equipei-me e, ainda com o stress da situação a pesar-me, lá arrancámos para mais uma aventura.